quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Poema

Poema

Passa a saudade do que foi e é morto.
Passa a glória que eu quis e me fugiu.
Passam as próprias visões do mundo e a vida,
E é sonho quanto tive em minhas mãos.

Passam as flores nascidas mais perfeitas.
Passa a beleza, e a dor, passam tormentos.
Passa essa angústia diante o eterno nada.
Que não passa, Senhor, todo momento?

De incerteza em incerteza, a vida corre,
E nos mudamos nós, de instante em instante.
O que foi, ele próprio, sofre muda.

Só não passa este amor tão passageiro.
Só não muda este amor tão mudável.
Só este amor incerto é certo em mim.

Augusto Frederico

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